Não nos perguntem porque Deus criou a dimensão humana, pois esta resposta só Ele pode dar. Mas nós raciocinamos e muitas hipóteses já foram aventadas. A que parece ser a mais lógica é a que indica que o espírito desenvolve, junto com o despertar da consciência, a criatividade. Se bem que, como aqui na dimensão humana tudo se desenvolve em dois sentidos, também desenvolvemos a ilusão.
E, enquanto a criatividade humana nos proporciona recursos adicionais à nossa evolução, a ilusão nos induz ao emocionalismo, ao retorno aos instintos básicos, à paralisação dos nossos sentidos e do nosso percepcional, à inconsciência e a quedas vibratórias acentuadas que nos afastam do convívio dos espíritos que nos são afins.
Os nossos irmãos naturais desenvolvem a consciência e apuram ainda mais seus percepcionais, enquanto nós aperfeiçoamos nossa consciência e apuramos nosso raciocínio, pois a criatividade precisa de uma apuradíssima capacidade de raciocinar a partir de conceitos abstratos para que cheguemos às definições corretas que possibilitam a criação “concreta” de novos recursos que facilitarão nossa evolução.
Esta hipótese se mostra a mais lógica porque nós conhecemos as dimensões naturais e nelas não existe a criatividade humana, que transforma o meio onde vivemos, altera os nossos costumes, nossas culturas, nossos ideais… e até criamos religiões. Nas dimensões naturais não existem os nossos tão abstratos conceitos religiosos e nossas mirabolantes concepções sobre Deus.
O sentido da Fé vai conduzindo todos ao mesmo tempo, pois as vibrações dos orixás irradiadores de religiosidade são absorvidas por todos ao mesmo tempo. E quando um ser natural desenvolve o sentido da Fé até seu limite, assim como adquire a plena consciência, então se torna um irradiador natural da fé, semelhante ao seu orixá regente, que o amparou o tempo todo com suas intensas vibrações despertadoras dos sentimentos de amor, respeito e reverência para com o Divino Criador, e para com todas as criaturas, os seres e toda a criação divina.
Este processo evolutivo é contínuo e o chamamos de evolução natural. Porque o ser não tem sua memória adormecida em momento algum, desde que saiu do útero divino que o gerou. Ele não teve de reencarnar seguidas vezes e não se esqueceu de nenhuma de suas vivenciaçoes, ocorridas nos três estágios anteriores da sua evolução.
E, se são semelhantes a nós já que o único diferenciador é o plasma cristalino que envolve nosso corpo energético, no entanto algo os distingue de nós, pois aos nossos olhos humanos eles são todos “iguais”.
Eles não reencarnam e não são diferenciados pelo corpo carnal, como acontece conosco, os seres espiritualizados.
Sim, porque se nascermos chineses, nossos espíritos mostrarão os traços característicos desta raça. E se nascermos negros ou louros, o mesmo acontecerá, ainda que essa membrana plasmática cristalina possa ser alterada mentalmente por nós, que assumiremos a aparência que desejarmos se dominarmos esse processo de alteração de nosso corpo plasmático.
Os seres naturais não alteram suas aparências porque lhes falta este revestimento plasmático, e nem lhes ocorre assumirem outras aparências, pois consideram isto um recurso típico dos seres espiritualizados, que recorrem às aparências porque procuram iludir-se, já que estão aparentando alguém que não foram ou são, ou já foram e não são mais.
E as aparências plasmadas não resistem à penetrante visão deles, que nos vêem através de nossos corpos energéticos, nunca através do nosso corpo plasmático. A eles falta a criatividade e a ilusão, que são faculdades tipicamente humanas, já que só se desenvolvem no estagio humano da evolução.
No aspecto religioso, eles nominam Deus de Divino Criador e Senhor da Luz da Vida, e quando O invocam, fazem-no através de cantos mantrânicos, nunca num diálogo coloquial como nós fazemos.
Nós chamamos aos orixás por seus nomes humanos, tais como Ogum, Oxossi, Xangô, Yemanjá, etc. Mas eles só se dirigem a eles através de seus nomes mantrânicos ou divinos, que é a mesma coisa.
Estes nomes são formados por sílabas e cada uma possui seu tom e sua fonética particular, formando um canto ou mantra.
Eles não procedem como nós, que a todo instante exclamamos: “Valei-me Deus!”, “Ajude-me, meu Pai Ogum!”, etc.
Muito antes de o código hebreu proibir o chamamento em vão do nome de Deus, os nossos irmãos naturais já tinham isto como regra de conduta. E a aplicam aos sagrados orixás, aos quais podem ver o tempo todo, estejam próximos ou distantes deles, bastando-lhes fixar suas visões no orixá que desejam focalizar visualmente.
Logo, não existe uma separação visual entre os nossos irmãos naturais e os seus regentes divinos, mesmo que estejam em outra dimensão.
Já o mesmo não ocorre conosco, os espíritos, pois a encarnação bloqueia nossa visão superior e o adormecimento de nossa memória nos impede de nos lembrarmos das divindades naturais e de como focalizá-las visualmente e mentalizá-las vibratoriamente.
Por isto a realidade religiosa dos seres naturais é superior à nossa e dispensa as nossas concepções abstratas acerca de Deus, das divindades e de como atuam em nossas vidas.
Conosco, a religiosidade tem de ser estimulada verbalmente, senão nosso sentido da fé vai se atrofiando. Já com eles, que absorvem as irradiações contínuas dos orixás irradiadores da fé e da religiosidade, isto não acontece em momento algum.
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Mas têm um problema comum conosco: às vezes caem vibratoriamente quando se entregam à vivenciação de seus desejos, de seus instintos e de seus desequilíbrios emocionais. E não são pequenas essas quedas vibratórias. Quando caem vibratoriamente, afastam-se naturalmente do regente do nível onde se encontram e vão “descendo” a outros níveis, numa queda contínua que só termina quando chegam ao pólo magnético negativo da irradiação que os está sustentando.
Se um natural de Ogum começa a cair vibratoriamente por causa de uma das razões que citamos acima, dificilmente deixa de cair até o pólo magnético negativo da linha de forças irradiantes do mistério da Lei Divina.
E se, quando vivia sob a irradiação do pólo magnético positivo era irradiante e irradiador de vibrações ordenadoras e sustentadoras da ordem, no pólo magnético negativo torna-se absorvedor de energias negativas e assume uma única cor, comum a todos os que estão sob a irradiação de um pólo magnético negativo.
Quando isto acontece, nós chamamos estes seres de seres negativados, pois são intolerantes, irascíveis, violentos, perigosos, ensimesmados e refratários a qualquer contato.
Eles se isolam em si mesmos e se autopunem por terem falhado em alguns dos setes sentidos básicos. Sentem-se indignos dos regentes irradiantes e fogem deles assim que percebem suas aproximações. Muitos adentram nos níveis vibratórios afins da dimensão humana, no intuito de ocultarem-se da visão e da luz dos orixás.
Mas, por serem portadores de uma inocência natural, são presas fáceis dos “poderosos” espíritos caídos nas trevas humanas, que possuem seus sombrios domínios abarrotados de espíritos caídos, também por vivenciarem seus desejos, por desequilíbrios emocionais e por seus instintos básicos.
Estes poderosos espíritos caídos, os temidos “grandes das Trevas”, recorrem aos seus poderes mentais e suas faculdades ilusionistas e praticamente escravizam estes seres naturais, hipnotizando-os e livrando-os de suas culpas conscienciais, adormecendo no intimo deles os sentimentos de vergonha e o desejo de se autoflagelarem.
Os grandes das Trevas acercam-se desses naturais caídos porque estes são leais, fieis, obedientes e submissos ao extremo. Além de serem irradiadores de energias negativas muito perigosas para os espíritos humanos, que somos nós.
Os grandes magos negros das trevas humanas os usam assiduamente para perseguirem seus desafetos encarnados ou retidos nos sombrios níveis vibratórios das faixas negativas da dimensão espiritual humana.
Na inocência natural deles está sua fraqueza, pois são iludidos com facilidade e lhes falta o recurso da criatividade humana para pensarem numa saída racional para o problema que criaram para si mesmos.
Os magos das trevas os induzem a crerem que os orixás luminosos não gostam mais deles e que os querem longe de seus domínios naturais, despertando neles uma ojeriza à luz e a todos que vivam nas faixas vibratórias luminosas.
O fato é que, quando alguém, seja um ser natural ou um espírito humano, é portador natural de um mistério, os seres elementares, os encantados e os naturais vêem o grau e o mistério no seu portador e o tratam com respeito e reverência e aproxima-se dele para absorverem as suas irradiações naturais, que contêm as vibrações divinas do mistério que se manifesta através dele e flui junto com suas irradiações.