Se tivermos bom senso, procuraremos semear bom carma. Temos muitas oportunidades a cada dia para servirmos à vida e cumprirmos nossas responsabilidades, fazendo tudo o que nos for possível para ajudar os outros e oferecer nossos talentos. A família, a comunidade, o trabalho e a profissão são meios importantes para realizá-lo.
Ao mesmo tempo, procuramos equilibrar o retorno do carma negativo. Muitas vezes, o universo traz até pessoas que conhecemos em vidas anteriores e que podemos agora servir, equilibrando uma dívida cármica. Por vezes, esse fato acontece mesmo em nossa família.
Deus nos concedeu livre-arbítrio neste universo e nas nossas vidas. Temos bastante latitude para fazer o que quisermos. Mas o livre-arbítrio opera dentro de certos limites. Até mesmo no plano físico, todos estão sujeitos às leis da natureza. Se, usando o livre-arbítrio, decidíssemos flutuar no ar, depressa experimentaríamos a lei da gravidade. Se a compreendemos, certamente não nos atiraremos do topo de um edifício e evitamos o sofrimento que adviria.
De igual modo, todos têm de viver com a lei do carma. Se a compreendermos, poderemos evitar muito sofrimento. Compreenderemos que, no exercício do livre-arbítrio, tomamos decisões que determinarão o que virá na nossa vida, seja bênção ou desgraça, alegria ou dor __ de acordo com o que semeamos. Se você é uma pessoa observadora, logo se aperceberá de que essa lei está sempre atuando.
No Novo Testamento podemos ler: “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Quer dizer que não podemos ignorar a lei do carma instituída por Deus ou pensar que ela não se aplica a nós. O que quer que coloquemos em movimento, vai certamente retornar para nós.
Se, no final de uma vida, ainda tivermos muitas dívidas cármicas, Deus, na Sua misericórdia, dá-nos a possibilidade de retornar e corrigi-las. A reencarnação é uma grande oportunidade. É também uma solução misericordiosa quando comparada à idéia de que, no final de uma única vida, só nos espera o céu ou o inferno. Realmente, a maioria de nós não está preparada para um, nem para outro. Então, temos a possibilidade de voltar para terminar nossa missão na Terra. E é o que mais desejamos fazer.
Jesus teve esse grande desejo. Ele disse: “Preciso fazer as obras d’Aquele que me enviou” e “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também”. Viemos para fazer a obra do nosso Pai e também temos grande desejo de realizar nosso plano divino. Hoje, muitas pessoas têm uma noção interior do carma. Para além dele está o dharma __ o destino de fogo da alma, o desejo de realizar a nossa razão de ser.
Cada alma preparada para o renascimento é imbuída desse sentimento de terminar o que ficou por fazer. Queremos dar ao mundo algo de nós mesmos. Pode ser um dom criativo ou um dom de amor, de doçura ou de bondade. Pode ser um pequeno gesto caridoso ou uma realização monumental. A dádiva que cada um de nós colocará sobre o altar variará, de acordo com nosso plano divino.