Falar de Exu na Umbanda é sempre um assunto polêmico! Exu é um ser “vulnerável” na boca de muita gente que com suas experiências positivas ou negativas, tentam lançar suas características à própria sorte.
Não desmerecendo nenhum irmão, mas prefiro me ater à coerência e deixar de lado a farra que lhe é atribuído sempre que “baixam” na Terra.
Então vamos lá!
Exu, sim, é necessário num terreiro, e, sim, sem ele não se faz nada. É o primeiro a quem devemos cumprimentar e o último a nos despedir, tal como numa festa em que o recepcionista nos recebe e nos dá boa noite. Podemos dizer então, que Exu é como um recepcionista do Astral.
Mas não é só isto. Na Umbanda os Exus tem função de guardião da porta dos templos ao lado dos guerreiros de Ogum e demais entidades superiores da Umbanda.
Sob a supervisão de nossos Guias, os Exus podem nos ajudar a desmanchar feitiços, nos aconselhar, dar passes energéticos e tudo mais que um Guia da direita faz, além de claro, descarregar médium e terreiro das energias pesadas a que somos submetidos no dia a dia de trabalho, e isso também vale para as Pomba Giras e Exu Mirim, já que são exímios conhecedores da baixa magia.
Mas se no seu templo, Exu está desmanchando casamento, aleijando pessoas, está arrasando com a vida de muitas pessoas, está cobrando por serviços, está pedindo sangue ou animais para fazer ou desfazer trabalhos, me desculpem, mas vocês estão sendo enganados. Esses a quem chamam de Exus, são espíritos mistificadores que em parcerias com seus médiuns igualmente moralmente atrasados se deixam levar pela vaidade, tornando-se presas fáceis do submundo do Astral. À eles, podemos chamar de quiumbas, ou rabos de encruza.
O Exu na Umbanda é como nós!
A vestimenta fluídica dos Exus, são erroneamente retratados pelas imagens vendidas no mercado, com chifres, tridentes, crânios, etc. E também não estão a disposição dos homens para ajuda-los em pedidos de baixa moralidade como é comum vermos na atualidade. Exu é como nós. Pelo menos não consigo ver o Exu que me assiste de outra forma. Para mim ele se mostra como homem, embora carregue consigo seus apetrechos de guerra.
O Exu demonizado, é fruto do sincretismo com o catolicismo que o demonizou, atribuindo a eles os deslizes e pecados cometidos por médiuns e dirigentes.
Com Exu não se brinca nem se pedem favores banais!
Os verdadeiros marginais do astral, conhecidos como quiumbas, kiumbas, rabos de encruza ou eguns, são tão malignos e imorais que praticam e ensinam coisas que os exus “nunca” praticam e não ensinam e são atraídos para dentro dos templos de precária moralidade, local onde são praticadas a baixa magia, as matanças de animais, a exploração e a ignorância espiritual, onde a responsabilidade dessa conduta pertence ao dirigente material (Pai ou Mãe de Santo) que permitem.
Como reconheceremos um Exu na Umbanda?
- O verdadeiro guardião não deixa seu médium torto, com expressão de ódio no rosto, não fica com os dedos em forma de garras, e não se arrasta no chão.
- Exu de Umbanda não fala palavrões de deixar cabelo em pé, não toma uma garrafa de marafo (pinga) e sangue e não aceita entregas em encruzilhadas de rua ou cemitérios.
- São entidades alegre, mas não bobos.
- Quem aceita estas coisas nestes locais, são os já citados Kiumbas, que são os que gostam de galo e galinha pretos na encruza.
- CUIDADO irmão de fé, não ofereça sangue ou animais nas ruas, pois poderá levar estas entidades para suas casas, o que lhe trará os maiores problemas.
- Os preceitos para Exu são entregues nas encruzilhadas das matas e campina, e sempre com elemento sutis.
- Exu de Umbanda não pode ser comprado com bagatelas e Exu nenhum de verdade aceita realizar trabalhos para matar ou prejudicar alguém.
Exu é o executor da Lei do Carma, portanto, Exu é justo, ou seja: “Quem deve paga, e quem merece recebe”.
Quando falei em coerência, no início desse artigo, me referia principalmente a um fator que deixarei que os irmão reflitam a respeito:
Qual é a lógica de um Terreiro onde baixam Caboclo, Pai-Velho, Criança para fazer a caridade, e no mesmo terreiro baixar Exu para praticar o mal?
Exu é de serventia de Caboclo, Pai-Velho e Criança, sim, mas única e exclusivamente para que seja cumprida a JUSTIÇA KÁRMICA, POIS EXU NÃO É BOM NEM MAL, É APENAS JUSTO.
Devemos sempre tomar cuidado com o que pedimos para Exu, pois quem não sabe o que pede, não sabe o que quer, e o que irá receber, e muito menos o que MERECE receber. Exu só trabalha com o consentimento de entidades superiores e única e exclusivamente dá alguma coisa a alguém se o merecimento deste alguém estiver de acordo com a Justiça Kármica. Exu não “joga conversa fora”, ele vai direto ao assunto, orientando e conduzindo aquilo que tem que ser feito, pois não é só esta a função de Exu.
Exu também não pede que seus médiuns se vistam de “galãs” de ternos, ou de preto e vermelho, e não realiza sessões “fechadas”, onde até o sexo é praticado em nome de Exu, como sabemos que acontece em muitos terreiros ditos de “Umbanda”.
Poderia escrever muito mais. Mas é importante que os irmãos de fé, sejam coerentes em suas escolhas. E para aqueles que tem medo de Exu, me desculpem. Eles estão em todo lugar, pois são os guardiões dos caminhos. Nos guardam em nossas idas e vindas.
Sem Exu não se faz nada!