Involução

Há certas coisas que nos acontecem que servem para nos ensinar valiosas lições. Antigamente, por conta, confesso, de influências de aprendizados da esfera Kardecista, acreditava que nós, quanto espíritos, não retrocedemos em nossa evolução, ou seja, não “involuimos”. Mas agora penso diferente.E como não podia deixar de ser, vou explicar-me.

Ainda acredito que nós, quanto espíritos, não involuímos, mas separei essa questão em duas partes. Quanto espíritos, nós não regredimos porque todo aprendizado é guardado, então quando nós cometemos uma ação que sabemos que está errada, pagaremos por ela. Até descobrirmos que ela guarda em si essa condição, de erro, nós ainda temos a desculpa da ignorância, mas a partir do momento em que nós, espíritos, aprendemos que isso é errado, fica impraticável retornar a praticar tal ato. E isso procede porque nós, enquanto espíritos, temos uma preocupação sem fuga com nossa moral, nossa própria ética, por termos a sensação ampliada, ou melhor, pura, sem o bloqueio que a própria carne nos imputa. Imagine assim: O remorso de uma má ação que praticamos hoje em dia é proporcional ao seu ato. Quanto pior a ação, pior o remorso. Agora, nosso corpo carnal, por funcionar por uma série de terminais elétricos, não permite que sintamos esse remorso em sua totalidade, por falta de capacidade sináptica mesmo. Não sentimos por não ser possível para nosso corpo processar. Mas quanto espíritos, tal sentimento vem em sua totalidade. Esse é o inferno descrito pela mitologia católica.

Mas quanoo seres humanos encarnados, participantes desse orbe terrestre, vi que é possível sim que regridamos em nossa evolução. A partir do momento em que decidimos deixar de levar em conta um aprendizado lógico e o trocamos por algo mais fácil, só porque é mais fácil mesmo, dá menos trabalho.

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Quer um exemplo prático? Simples:

Quando conhecemos o mundo espiritualista, conhecemos também a necessidade da caridade, ou seja, de exercer o amor ao próximo. Também temos consciência da necessidade da melhoria interna, pois sabemos que só assim alcançaremos o Cristo, Deus, ou nosso criador. Mas, fala sério, isso dá um trabalhão para nós, principalmente em meio ao caos que é o nosso mundo, que meio que exige que nós tenhamos uma postura individualista, materialista. Muito mais fácil seria, no entanto, simplesmente aceitar a idéia de um Cristo que nos salvará, ou seja, de um terceiro, onde nós depositaremos nossas crenças e ilusões, e ele, por si só, nos salvará. Assim, sem nenhum esforço nosso.

Claro, isso também tem sua razão de ser, mas ao meu ver, é um regresso em sua evolução.

Outra questão interessante é quando passamos a negar certos conhecimentos adquiridos por outro métodos. Simplesmente, negamos a lógica. E não estou falando de uma lógica absurda… pelo contrário, estou falando de uma lógica… como direi… lógica.

Veja bem: os espíritos se apresentam com nomes característicos em nossa linha de trabalho. Mas temos que entender que são nomes característicos, são arquetípicos, algo colocado para nosso próprio entendimento. Isso quer dizer que um espírito que se apresenta como criança em um centro não morreu, necessariamente, como criança.

Mas Nino, essa é uma lógica somente sua.

Não, não é não. Pense assim: O que poderia dizer, a um adulto com problemas em seu relacionamento com a família, um infante, que mal passou por isso? Que mal
sabe o que é um casamento?

Ah, mas ele teve outras vidas, outras histórias.

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Sim, teve. E porque, no meio de todas essas histórias, essas vidas, ele tem que se manter como criança? Aliás, com nos diz a literatura espírita, um espírito não tem forma, e seu corpo fluídico, ou o perispírito, é moldável, adaptável para o nosso orbe ou onde quer que o espírito esteja.

Amigos, então por que, no meio disso tudo, manter-se como criança, a não ser para despertar em nós, encarnados e necessitados de alusões, os sentimentos que só uma criança, só o poder de um ícone, faz?

Ah, Nino… mas você está pegando uma literatura que não vem ao nosso caso, não dá para misturar espiritismo com espiritualismo.

Infelizmente, não há alguém que estude a sério nossa religião. E quando digo a sério, digo sério mesmo, algo que vai além de nossa própria manifestação mediúnica e de nosso próprio modo de sentir as coisas. Kardec fez isso ao juntar uma série de manifestações e catalogá-las em alguns volumes. São mais de 200 anos de pesquisas, de coisas que vão além disso.

Sinto que a fantasia nos é imposta em alguns momentos e isso não é de todo o mal, pois isso está nos ajudando a ampliar nosso leque de assistentes e de pessoas que vão atrás da Umbanda, por exemplo, como porta de entrada para o mundo do espiritualismo. Mas isso não é motivo para caminharmos para trás e deixarmos tudo isso de lado em nome daquele velho
poder que venho falando. Pois se só eu conheço o segredo, que é algo que a simplicidade do espiritualismo não possui, então você precisará de mim para decodificá-lo.

Amigos, só peço que pensem a respeito. De tudo. Inclusive do que nós, aqui, falamos.

Abs.

fonte: www.artefolk.com.br

Dani Machado

Umbandista, espiritualista e simpatizante da Ufologia. Médium atuante e Dirigente da CAE Vovó Catarina e Caboclo Ventania - Terreiro de Umbanda situado em Jacareí - SP