Médium, o "privilégio" que exige responsabilidade

“O médium necessita dar boa condição à incorporação do seu Guia através da sua formação moral, de bons pensamentos e boas atitudes. A vida nos dá oportunidades diariamente para revelarmos essas condições: com os amigos, com os vizinhos, com os familiares e até com os inimigos, pois precisamos contar até dez antes de respondermos à uma ofensa.
Normalmente dizemos: “Eu não aturo desaforos”, quando deveria ser dado ao desafeto, uma palavra boa, um bom pensamento, isso quase ninguém faz. Até os animais sentem a energia de um pensamento positivo, pois só o amor é capaz de abrandar as feras”.
“Se não houver no médium esse sentido de amor universal, nunca será um bom médium. Poderá ser pontual no trabalho, mas é duvidoso dizer que o espírito que dele se aproxima seja um espírito de luz, pois poderá ser um espírito terra-a-terra igual a ele”.
“Umbanda não é só o trabalho de Terreiro e existe muita coisa que se faz e que só pode ser ensinado aos médiuns que já estejam preparados e em condições para receber, do contrário seria o mesmo que colocar uma arma nas mãos de quem não sabe manejá-la”.
“Uma Entidade não pode transferir seus conhecimentos sem que haja muita segurança. O grande obstáculo à aquisição dessa segurança é a vaidade. Grande parcela de médiuns quer ser “os tais”, procurando terreiros onde eles possam “aparecer”; isso é muito perigoso.
O médium precisa ser amparado, orientado e lapidado.Mas como se pode preparar totalmente um médium se o mesmo não tem condições morais para tal? Como se pode dar conhecimentos mágicos a um médium que tem ódio no coração, que não conhece o perdão, que não sabe amar?”
“Todos têm o direito de não concordarem com determinados fatos que ocorrem dentro do terreiro; é permitido discordar do próprio Guia Chefe (desde que tenham razão).
Na parte material, os médiuns têm o direito e dever de expor os problemas, de dizer honestamente aquilo que não estão gostando, que não está certo. Pois isso é uma crítica honesta, leal e construtiva. Mas a crítica que se faz nos bastidores, têm o sentido de destruir.
Muito mais honesto é falar de frente do que criticar negativamente, às ocultas.
Quanto à parte espiritual, não se pode aceitar que os médiuns venham a se destruir, que um ache que o outro é negativo, que é fraco.
Isso é amor? Isso é fraternidade?”
“Se quiserem vencer dentro de um grupo mediúnico é através da união, da fraternidade e do amor. E mais:
– O médium deve zelar pelo seu procedimento moral e também pela higiene do seu corpo que seu Guia irá utilizar.
– Há banhos que os médiuns em desenvolvimento necessitam tomar. São forças que são atraídas para fortalecer a mediunidade. É a parte externa. A parte interna é a formação do sentimento, do caráter.

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– Há necessidade de se atrair as forças da natureza através dos Orixás. Mas é difícil fazer isso isoladamente se o médium não tiver a consciência desperta para a vida espiritual.

– É preferível que os trabalhos junto à natureza sejam feitos em grupo comandados por quem tenha condições para tal.

– Não adianta fazer feitiço sem ser feiticeiro. Feiticeiro é quem sabe usar a força mental. Refiro-me ao mago branco e a magia das forças positivas da natureza. A outra magia que existe, não vale a pena aprender.

– Não é correndo de um terreiro para outro que o médium aumenta sua espiritualidade. É o sentimento de dever cumprido do médium para consigo mesmo e para com o seu Guia. Dê o contingente de valor ao seu Guia, procure elevar-se cada vez mais para que ele possa utilizá-lo como aparelho, para o bem do seu próximo!

– O médium consciente ouve e percebe que o que vai falar não é seu, que há uma inspiração dentro dele, uma força que o dirige.
Ele é apenas um veículo dessa força.

Ele se engrandece pela honestidade dos seus propósitos”.

Dani Machado

Umbandista, espiritualista e simpatizante da Ufologia. Médium atuante e Dirigente da CAE Vovó Catarina e Caboclo Ventania - Terreiro de Umbanda situado em Jacareí - SP