Pombagira O Mistério Desconhecido

As informações que colocamos abaixo foram tiradas de um artigo sobre cultura afro-batú, de autoria de Walter Nkosi, publicado no Jornal Icapra, edição 22.

Por Walter Nkosi, especialista em cultura bantú e professor de Kimbundu, a principal língua dessa etnia. Cultura Bantu-Brasileira-Ngamba, o guardião: no Brasil é conhecido por Ngamba, que significa guardião em idioma bantú, e exerce funções semelhantes a Nkomdi.

Nos Candomblés de Angola e Kongo, também são denominados Njila/Nzila ou Pambú Njila, o ‘Senhor Guardião do Caminho’, proveniente do idioma kimbundu; pambu (fronteira, encruzilhada…), njila (rua, caminho…), ‘o que caminha nas ruas, estradas, fronteiras, encruzilhadas…

Aqui, reproduzimos parte do artigo para que nossos leitores saibam de onde se originou o nome “Pombagira” ou “pombogira” usados atualmente na Umbanda e nos demais cultos afro-brasileiros; é uma corruptela de Pambú Njila, o Guardião dos caminhos e das encruzilhadas.

Eu já li em outro autor, isso há mais de 30 anos, que o nome “Pombagira” derivava de Bombogira, entidade do
culto angola que é muito oferendada nos caminhos e nas encruzilhadas, muito temida e respeitada na região
africana onde é cultuada.

Há outras informações que nos revelam que Pombogira ou Pombagira ou Bombogira é derivada das “yamins” cultuadas na sociedade matriarcal secreta conhecida como “gelede”.

Se são cem por cento corretas ou só parcialmente, isso fica a critério de cada um, porque o fato é que existem, sim, espíritos femininos que incorporam em suas médiuns e apresentam-se como Pombagiras na Umbanda, assim como nos demais cultos afro-brasileiros.

Suas manifestações, informam-nos os mentores espirituais, são anteriores à Umbanda e já aconteciam esporadicamente nas “macumbas” do Rio de Janeiro, bem descritas no livro As Religiões do Rio, de autoria de João do Rio, livro esse reeditado em 2006, mas onde não há uma descrição detalhada dos nomes das entidades, e sim, apenas algumas informações, valiosíssimas, ainda que parciais.

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Muitos autores umbandistas atribuíram-lhe o grau de Exu feminino em razão da falta de informações sobre essa entidade e do fato de manifestar-se nas linhas da esquerda, ocupadas por Exu e por Exu Mirim. Inclusive, alguns a descreveram como esposa de Exu e mãe de Exu Mirim.

Não devemos creditar essas interpretações, se errôneas, a ninguém, porque todos fomos vítimas da falta de informação e da desinformação geral, que geraram toda uma forma anômala de descrever as desconhecidas manifestações de entidades, que também nada revelaram sobre seus fundamentos divinos, e deixaram para a imaginação e a criatividade de cada um os conceitos sobre eles.

Fonte: Texto do livro: Orixá Pombagira, Rubens Saraceni

Dani Machado

Umbandista, espiritualista e simpatizante da Ufologia. Médium atuante e Dirigente da CAE Vovó Catarina e Caboclo Ventania - Terreiro de Umbanda situado em Jacareí - SP