Caboclo da Cachoeira, sisudo, rosto vincado, corpo esguio, falando pouco, é o legitimo representante da linha de Xangô.
Seu senso de justiça é dominante.
Cumpre todo ritual da Umbanda rigorosamente e é capaz de subir durante a gira se não lhe dispensarem respeito.
É intransigente e embora aparente mau humor, tem um oração imenso e é capaz de emocionar-se pela tristeza dos seus filhos.
Certa vez uma pessoa sentou-se à sua frente. Sem nada perguntar, o Caboclo da Cachoeira foi contando sua vida:
Eu era revoltado e não gostava dos meus semelhantes. Saí da tribo e fui viver sozinho. Minha casa ficava à margem de um bonito rio. A solidão foi minha companheira. Meus pensamentos giravam só pelas coisas que tinha deixado para trás. Meu amargo coração aumentava cada vez mais a mágoa que carregava. Descobri que ninguém pode viver sozinho. Quem se isola não consegue colher bons pensamentos.
Aí parou. Olhou fixamente para o rapaz à sua frente e perguntou-lhe o que queria. “Nada meu pai. Na verdade vinha lhe contar que ia sair da casa dos meus pais para viver sozinho…”
O Caboclo da Cachoeira representa a austeridade e a justiça.
Pontos Cantados
A mata virgen escureceu, |
veio o luar e clareou foi quando ouvi a linda voz do senhor |
cachoeirinha è quem chegou bis mas elè è rei, elè è rei, elè è rei |
ele è um rei na mata virgen elè è rei bis. |